A pessoa certa não é a mais inteligente, a que nos escreve as mais belas cartas de amor, a que nos jura paixão maior ou nos diz que nunca se sentiu assim. Nem a que se muda para a nossa casa ao fim de três semanas e planeia viagens idílicas ao outro lado do mundo. A pessoa certa é aquela que quer mesmo ficar connosco. Tão simples quanto isto. às vezes, demasiado simples para as pessoas perceberem. O que transforma um homem vulgar no nosso Príncipe é ele querer ser o homem da nossa vida. E há alguns que ainda querem.
Os verdadeiros Príncipes Encantados não têm pressa na conquista, porque como já escolheram com quem querem passar o resto da vida, têm todo o tempo do mundo; levam-nos a comer um prego no prato porque sabem que, no futuro, nos vão levar à Tour d'Argent; ouvem-nos com atenção e carinho porque se querem habituar á música da nossa voz, e entram-nos no coração bem devagar, respeitando o silencio das cicatrizes que só o tempo pode apagar. Podem parecer menos empenhados ou sinceros do que os antecessores, mas aquilo a que chamamos hesitação ou timidez tavez seja apenas uma forma de precaução. Eles querem ter a certeza que não se vão enganar.
O Príncipe Encantado não é o namorado mais romântico do mundo que nos cobre de beijos; é o homem que nos puxa o lençol para os ombros a meio da noite para não nos constiparmos ou se levanta as três da manhã para nos fazer um chá de limão quando estamos com dores de garganta. Não é o que nos compra discos romanticos e nos traiteia canções de amor no voice mail, é o que nos ouve falar de tudo, mesmo das coisas menos agradáveis. Não é o que diz "Amo-te", mas o que sente que talvez nos possa amar para sempre. Não é o que passa metade das férias connosco e a outra metade com os amigos; é o que passa de vez em quando férias com os amigos.
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