Uma "imperfeição" pode ficar "perfeita" em determinado local, em determinada situação, em determinada pessoa. E dizemos "Perfeito!" a algo que olhamos quando nos afastamos um pouco. E tudo na vida é assim. Basta distanciarmo-nos o suficiente de tudo para o acharmos perfeito. Quando nos aproximamos e olhamos bem, com os nossos sentidos, vemos todas as imperfeições, todos os pormenores, todas as pequenas irregularidades que constituem a mais bela das obras, seja ela qual for. E, se virmos bem, são essas imperfeições que a tornam única, inimitável, transcendente, penetrante, incómoda e, ao mesmo tempo, pacificadora. É estranho, não é? Mas a vida é estranha.
É tudo uma questão de escala, poderá pensar-se. Sim, mas independentemente da escala, a imperfeição está lá, sempre presente, sempre imutável e eterna, tão eterna quanto a imperfeição pode ser. E nós nascemos dela, nascemos do ligeiro desequilíbrio de forças, nascemos da diferença, da alteração da perfeição, da alteração do equilíbrio. Por isso é tão difícil manter o equilíbrio ao longo de um percurso, qualquer que ele seja. Há sempre variações, há sempre imperfeições. A perfeição e imperfeição são a mesma Palavra, a mesma personificação da origem, são A origem e não são antagónicas. Elas nunca se poderão separar porque são unas, indivisíveis...Mesmo e especialmente quando se ama muito!
E eu, na minha douta imperfeição, já nem sei se a perfeição existirá, mas o amor existe, nós sabemos! Pela crença que temos nele e na vida!
"Ele - Alguma vez sentiste que o mundo é perfeito, o teu mundo é perfeito mas incompleto?
Ela - E se eu te disser que completas algumas das imperfeições do meu pequeno mundo?
Ele - Dir-te-ía que sou apenas um espelho da perfeição que foge ao brilho do teu olhar!
Ela - O brilho que nos falta nos dias em que o amor é agreste , trazes-mo tu, meu amor, (noutros dias) sempre, sempre de volta..."
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